Belo Horizonte, 21 de abril de 2020

A COMUNIDADE RELIGIOSA
EM TEMPO DA PANDEMIA DO COVID-19

Queridos irmãos,

‘Ficar em casa’ é o imperativo que está ressoando em nossos ouvidos. É uma das medidas tomadas pelos nossos governantes para evitar a difusão do COVID-19 e ficar doentes. E estamos obedecendo. Aquilo que não conseguíamos fazer por nossa vontade e convicção, um vírus, um ‘bichinho’ invisível está conseguindo!

Peçamos a Deus que nos dê a graça de viver este confinamento (lockdown) como uma oportunidade e não como um castigo. Com fé e esperança acreditamos que tudo vai passar e a vida voltará à normalidade, e esperamos que seja melhor. Como cristãos, confiamos no nosso Deus.

Eu estou mais em casa. E estou gostando. Estou gostando da fraternidade dos irmãos, sobretudo de noite quando nos encontramos para o jantar; estou gostando de rezar e celebrar na capela da comunidade; estou gostando de cuidar das rosas e do ‘pomar’ da casa. Estou dedicando mais tempo à reflexão, oração, leitura, organizar o trabalho atrasado, escrever artigos, preparar palestrar e também para descansar.

Acompanhando as mensagens postadas no grupo WhatsApp da Província, percebo que também vocês nas comunidades se organizaram e estão sendo mais criativos na convivência comunitária, dedicando também mais tempo à oração pessoal e comunitária.

Algumas comunidades dispensaram a funcionária e se organizaram para o bom funcionamento da comunidade; alguns religiosos se descobriram bons chefes de cozinha, horticultores, faxineiros, marceneiros, hidráulicos, etc.! Que bom. Isso é criatividade, saúde e economia.

As Faculdades estão fechadas e os nossos estudantes continuam as aulas através do material que os professores enviam via e-mail ou seguem as aulas pela internet. Além disso, eles estão dedicando parte do tempo a exercer atividades que, em dias de aula, nem sempre conseguem fazer: trabalhar na horta, cuidar dos animais, etc.

As atividades em comum ajudam a se conhecer e a nos conhecer mais, e a partilhar as experiências. Isso, além de ocupar bem o tempo, tem também um valor espiritual e pedagógico: o nosso Fundador nos lembra de que ‘cultivar o jardim’ ajuda a aprender a ‘cultivar o jardim interior’, o coração. E eu estou convencido que se dedicar à jardinagem e à horticultura é uma ‘psicoterapia breve, eficaz e econômica’.

Este tempo está sendo também uma oportunidade para dar valor à ‘casa religiosa’ e curtir a alegria de viver na comunidade. “Vede como é bom, como é agradável os irmãos viverem juntos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce pela barba, pela barba de Aarão, que desce até a gola do seu manto” (Sal. 133(132)). Isso é um bom exemplo para as famílias constrangidas elas também ao isolamento.

Pelas mensagens que chegam ao grupo WhatsApp da Província, percebo também a tristeza para não poder atender o povo de Deus: a ‘quarentena’ não nos permite celebrar com o povo, visitar os doentes etc. O lado positivo é que quase todos se organizaram e estão animando e celebrando com o povo através das redes sociais (TV, Rádio, Internet, Web TV, Facebook, WhatSapp, You Tube etc.). Muita criatividade. Agradeço a todos.

Dessa forma, as famílias, isoladas, confinadas ao espaço da própria casa, não se sentem abandonadas por nós; e, além disso, participando das celebrações pelos meios de comunicação, descobrem a beleza e a alegria de ser ‘igreja doméstica’.

Percebemos também a tristeza do nosso povo pelo afastamento do trabalho e pela perda do emprego, pela falta de um sistema de saúde eficiente que coloca todos num cenário bem difícil de imaginar. Queremos unir-nos em comunhão e solidariedade a todos os nossos irmãos e irmãs, especialmente às famílias que vivem o drama do contágio do vírus, aos que não têm o conforto do carinho, da assistência e da ternura dos irmãos e irmãs.

Estamos também assistindo que esta pandemia do Covid-19, infelizmente, se tornou uma briga política. Aos nossos políticos queríamos dizer o que Papa Francisco escreve na Louvado seja: “Preci-samos imperiosamente que a política e a economia, em diálogo, se coloquem decididamente ao ser-viço da vida, especialmente da vida humana” (n. 189).

Psicologia do coronavírus

Para ajudar na reflexão, quero fazer uma leitura ‘humana’ desta pandemia. As circunstâncias ligadas à epidemia de COVID-19 trouxeram alguns comportamentos que merecem a nossa reflexão. Vou destacar alguns passos, não novos, mas também não óbvios, à luz dos episódios de crônicas destes dias.

Solidariedade

Estamos vendo que o coronavírus é um mal que pode afetar a todos e que ninguém está imune. Isso nos leva a refletir sobre a fragilidade da vida! “Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados. mas, ao mesmo tempo, importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento" [1] .

O encorajamento e a solidariedade são os frutos positivos da pandemia. “Quando foi, desde que há memória, que os homens de todas as nações se sentiram tão unidos, tão iguais, tão pouco conten-ciosos, como neste momento de dor? Jamais como agora temos sentido a verdade de um dos nossos grandes poetas: «Homens, paz! Sobre a terra firme grande é mistério». Esquecemo-nos dos muros por construir. O vírus não conhece fronteiras. Em um segundo, abateu todas as barreiras e as distin-ções: de raça, de religião, de censo, de poder” [2] .


A percepção da fragilidade leva-nos a ‘pedir ajuda’. Estamos percebendo que neste mundo não somos os poderosos, e não podemos ser uma ilha. De um lado percebemos o que dizia um poeta ita-liano, quando se perguntava: “Quem é o homem?”, e respondia: o homem é um ser “pendurado no vazio no seu fio de teia de aranha" [3] , para dizer quanto somos frágeis; e, do outro, que neste mundo “tudo está interligado [4]” , um problema que surge no outro lado do mundo passa rapidamente a ser um problema para nós.

O coronavírus nos está ensinando que o individualismo não é o caminho certo se queremos uma sociedade mais solidária e inclusiva. “Para se resolver uma situação tão complexa como esta que en-frenta o mundo atual, não basta que cada um seja melhor... Aos problemas sociais responde-se, não com a mera soma de bens individuais, mas com redes comunitárias: as exigências desta obra serão tão grandes, que as possibilidades das iniciativas individuais e a cooperação dos particulares, for-mados de maneira individualista, não serão capazes de lhes dar resposta. Será necessária uma união de forças e uma unidade de contribuições... Para criar um dinamismo de mudança duradoura, é ne-cessária uma conversão comunitária [5]” .

Isso é o que nos está ensinando a pandemia. O perigo, porém, é que passado o medo do vírus, nos esquecemos de tudo, de tanta dor, de tantas mortes, de tanto esforço heroico por parte dos profissi-onais de saúde, desperdiçamos tudo o que vivemos e voltamos à “indiferença egoísta”. E “o risco é que nos atinja um vírus ainda pior: o da indiferença egoísta. Transmite-se a partir da ideia que a vi-da melhora se vai melhor para mim, que tudo correrá bem se correr bem para mim”. O vírus se alastra quando se selecionam as pessoas, se descartam os pobres, se imola “no altar do progresso quem fica para trás [6]” .

O que o Papa Francisco diz para a sociedade, vale também para nossas comunidades.

Prudência e Paciência

Este tempo de pandemia nos está ensinando, também, a sermos um pouco mais atentos, a saber escolher as coisas certas e no momento certo. Todos estamos com medo, não podemos escondê-lo. O medo nos leva a ser mais prudentes.

É o que estamos vendo nas nossas comunidade: somos mais atentos antes de agir e tomar uma decisão, nos perguntamos, pedimos aconselhamento etc. A prudência é uma atitude fundamental para escolher o que é melhor em uma situação incerta, sem ceder à tentação do imediato; reforça a paciência, a virtude que nos prepara a saber lidar com os nossos sentimentos e assumir o controle dos acontecimentos.

A paciência, tornando-nos capazes de esperar, nos ajuda a lidar com o medo, a sermos menos superficiais nas decisões. Os cientistas dizem que a proliferação do medo, do pânico, da insegurança e da depressão em nossas sociedades se deve ao fato de que perdemos o sentido da espera, e, portanto, da paciência e da esperança; tudo isso tira força emocional e estabilidade emotiva, aumentando a ansiedade.

Atitude proativa

À paciência está vinculado outro aspecto, indispensável para a qualidade da vida: a proatividade. Um dos grandes inimigos da vida humana é a passividade: sofrer eventos sem reagir. A proatividade é a atitude exatamente oposta: é a capacidade de enfrentar o problema e se perguntar: o que eu posso fazer? É a maneira fundamental de exercitar nosso potencial humano - pequeno ou grande que seja - de fortalecer o carácter e de nos proteger contra pensamentos negativos [7] .

No nosso caso, a maneira de lidar proativamente com a emergência de coronavírus é se perguntar: o que posso fazer para minha comunidade? Mesmo estando em casa, o que posso fazer para aqueles que estão passando por una necessidade? Como posso aproveitar ao máximo desse tempo de isolamento?

A resposta a essas perguntas nos torna mais conscientes da situação que estamos enfrentando e do nosso potencial humano, fortalece a resiliência e a capacidade de saber lidar com o estresse sem se esgotar (burn-out); ajuda a saber expressar a agressividade, a superar as dificuldades, a ter mais força de ânimo proativo e a não cair no vitimismo [8] .

Os ingredientes da resiliência

Falei de resiliência, que é a capacidade de lidar com as adversidades e com o estresse emocional, saber reagir positivamente sem prejudicar o equilíbrio psicológico ou emocional diante de situações de conflito [9] . Situações que podemos viver também nas nossas comunidades.

Susanna Kobasa, psicóloga da Universidade de Chicago, identificou três aspectos que são úteis em situações problemáticas [10]:

1) compromisso, como capacidade de envolvimento: diante do problema, em vez de se dobrar passivamente sobre si mesmo, devemos arregaçar as mangas e tentar de dar nossa contribuição, saben-do que isso é importante para alguém da comunidade e fora da comunidade;
2) controle, tomar as rédeas da situação com as próprias mãos, na convicção de ter sempre um poder a exercitar, grande ou pequeno, não importa;
3) gosto pelo desafio, que nos permite de viver as dificuldades como possíveis oportunidades e não apenas como uma ameaça, empenhando-nos nelas, em vez de ficar lamentando o tempo perdido [11].

São três aspectos que nos tornam mais conscientes da situação que estamos vivendo, e que nos treinam e fortalecem. Para isso, uma ajuda importante é saber cultivar a ‘interioridade’, ou o ‘jardim interior’, como dizia o nosso Fundador; saber cultivar o silêncio, a intuição (ou contemplação), a introspecção; se dedicar a uma boa leitura, escrever algo sobre a experiência que estamos vivendo. O caso de Anne Frank é emblemático: presa por anos em um sótão, ela conseguiu viver de forma proativa sua segregação, expressando a criatividade de maneira exemplar.

Bons relacionamentos

Um elemento importante, capaz de fortalecer a resiliência, são os bons relacionamentos afetivos e significativos. Um contexto comunitário (ou familiar) baseado na estima e na empatia ajuda a externar as qualidades e habilidades que são fundamentais para lidar com eventos trágicos [12] . De fato, foi comprovado que as consequências de um trauma ou tragédia dependem em grande parte de como a pessoa os lê, do seu mundo de valores e, acima de tudo, se ela tem um bom relacionamento com pessoas com quem ela pode contar ou se se sente ‘sozinha’.

Penso que isso seja muito importante para nós. Sentir-se parte de uma comunidade, viver fortemente o ‘sentimento de pertença’ constitui uma das principais formas de proteção contra os desafios e as decepções. “Os fatores culturais, e em particular o sistema predominante de significado, têm uma influência crucial na maneira como se enfrenta o sofrimento. Os efeitos da violência e devastação não dependem exclusivamente da intensidade do evento [...]. O trauma psicológico é diferente do trauma físico: o indivíduo não registra passivamente o impacto de uma força externa, mas se empenha ati-vamente, buscando uma solução [...]” [13] .

Podemos ver que os religiosos que vivem um profundo ‘sentimento de pertença’ e que possuem uma robusta identidade humana, religiosa e sacerdotal, que tem um bom relacionamento na comunidade sabem lidar melhor com os inevitáveis conflitos relacionais da vida cotidiana.

A qualidade dos relacionamentos e uma profunda vida interior são poderosas ajudas contra o mal. É o que experimentara dois psiquiatras alemães, Hans Strupp e Suzanne Hadley. Eles compararam grupos de pacientes seguidos respectivamente por psicoterapeutas muito experientes (com pelo menos 20 anos de profissão) e professores de várias disciplinas (matemática, filosofia, literatura, história, música), sem nenhuma experiência terapêutica, mas com grandes habilidades empáticas. Ambos os grupos se beneficiaram quando o relacionamento foi caracterizado pelo calor humano e empatia; sem eles, a mera preparação e experiência não teriam conseguido nenhuma melhoria [14].

Nada pode compensar o valor de um relacionamento autêntico. Cada pessoa será lembrada acima de tudo pelo que amava, e não pelo que fez. Visitando os entes queridos no cemitério, nas lápides lemos sempre as mesmas coisas, quase um refrão: “Mãe querida”, “Pai exemplar”, “Filho adorado” etc. Ou seja, na morte não nos definimos mais pelo que fizemos ou fomos, mas pelo que significamos para os outros. Pelo que amamos e pelo que fomos amados por sua vez [15].

Ter um ‘porque’

Nestes dias, acompanhando pelos meios de comunicação a pandemia na Itália, fico impressionado pela dedicação do pessoal médico e dos demais agentes da Saúde. Ouvindo o testemunho daqueles que vivem o risco do contágio, é edificante ver como eles enfrentam o perigo pensando mais nas vítimas do que em si mesmos. Nisso, alguns estão descobrindo algo de positivo e precioso: ver a vida com uma luz diferente, uma inversão de perspectiva que questiona não apenas o horizonte existencial do/a doente, mas também o próprio horizonte.

É a mesma experiência que V. Frankl viveu no campo de concentração nazista e que ele relata em seu livro autobiográfico [16]. Ele notara que a possibilidade dos prisioneiros de sobreviver naquelas ‘situações extremas’ não era dada pela sua constituição física, pela robusteza ou por outras forças disponíveis, mas pela capacidade ‘sapiencial’ de encontrar um significado no que eles estavam vivendo. Sem essa ‘capacidade sapiencial’, sobreviver se tornava impossível.

Essa intuição de Frankl no campo de concentração teve uma confirmação observando, quando ele ficou livre, as pessoas nos seus problemas e dificuldades da vida cotidiana, a ponto que ele elaborou uma teoria psicológica que logo se espalhou e é praticada no mundo inteiro, a logoterapia: “a antiga e eterna exigência metafísica: a necessidade da pessoa de dar sentido à sua própria existência” [17].

É o que dizia F. Nietzsche: “Quem tem um porque (motivo) na vida, sabe suportar quase todos os como”. Isso expressa bem o conceito de que não há nada no mundo que ajude a sobreviver e a se sentir realizado como ‘ter um sentido’ na própria vida, ter algo de importante a realizar, ter compromissos constantes e responsáveis.

É isso que V. Frankl ensina com a sua logoterapia: a pessoa se sente frustrada quando não dá um sentido à sua vida, pois, a exigência fundamental e existencial do homem é a ‘plenitude de sentido’. Ter um ‘porque’, ter sonho, metas. É isso que torna a pessoa realizada. A busca e a realização do ‘sentido’ é pessoal, é a pessoa que deve buscá-lo, ninguém pode se substituir a ela.

A respeito disso queria fazer uma pergunta: por que, às vezes, encontramos nas comunidades reli-giosos desmotivados, apagados, insatisfeitos, que reclamam de tudo e de todos?

Outro estilo de vida é possível

O coronavírus está nos mostrando que é possível outro estilo de vida, porque, de repente, tudo aquilo que considerávamos essencial e imprescindível já não o é. É isso que nos lembra papa Francisco: “A espiritualidade cristã propõe uma forma alternativa de entender a qualidade de vida, encorajando um estilo de vida profético e contemplativo, capaz de gerar profunda alegria sem estar obcecado pelo consumo. É importante adoptar um antigo ensinamento, presente em distintas tradições religiosas e também na Bíblia. Trata-se da convicção de que «quanto menos, tanto mais». Com efeito, a acumulação constante de possibilidades para consumir distrai o coração e impede de dar o devido apreço a cada coisa e a cada momento. Pelo contrário, tornar-se serenamente presente diante de cada realidade, por menor que seja, abre-nos muitas mais possibilidades de compreensão e realização pessoal. A espiritualidade cristã propõe um crescimento na sobriedade e uma capacidade de se alegrar com pouco. É um regresso à simplicidade que nos permite parar a saborear as pequenas coisas, agradecer as possibilidades que a vida oferece sem nos apegarmos ao que temos nem entristecermos por aquilo que não possuímos. Isto exige evitar a dinâmica do domínio e da mera acumulação de prazeres” [18].

“Esta época pode realmente ser uma grande oportunidade para darmos mais valor e atenção às pequenas coisas da vida de cada dia, sobretudo àquelas que são normalmente preteridas. Podemos descobrir o prazer de ler um bom livro ou o gosto de cuidar do jardim de casa. Podemos dedicar mais tempo à oração e à meditação da Palavra de Deus, pois noutras alturas o tempo poderá não ser muito. Podemos também ligar para aqueles amigos com quem já não falamos há muito tempo. Enfim, há uma gama alargada de possibilidades que podemos realizar em tempos de isolamento social. O melhor disto tudo é que agora não há desculpas” (Pe. José Domingos Ferreira).

Delírio de onipotência

“A pandemia de corona vírus nos despertou bruscamente do perigo maior que sempre correram os indivíduos e a humanidade, o do delírio de onipotência. Temos a ocasião – escreveu um conhecido Rabino judeu – de celebrar este ano um especial êxodo pascal, o “do exílio da consciência”. Bastou o menor e mais informe elemento da natureza, um vírus, para nos recordar que somos mortais, que o poderio militar e a tecnologia não bastam para nos salvar. “Não dura muito o homem rico e poderoso: – diz um salmo da Bíblia – é semelhante ao gado gordo que se abate” (Sl 49,21). E é verdade!”.

“Por isso, é muito importante que comecemos desde já a olhar o futuro, a perscrutá-lo e a frequentá-lo. Só assim poderemos começar a construir hoje aquilo que queremos que se torne realidade amanhã. Talvez daqui a uns anos possamos olhar para trás e ser capazes de reconhecer a mão de Deus a atuar por trás deste vírus. Não desperdicemos mais oportunidades!!!…” [19].

A todos meu fraterno abraço.

Pe. Giovanni Cipriani
Superior provincial

 

1. Papa Francisco, Oração na sexta-feira da Paixão, dia 03 de abril de 2020, na praça S. Pedro.
2. Raniero Cantalamessa, Homilia na Celebração da Paixão presidida pela Papa Francisco, Sexta-feira Santa, 10 de abril de 2020
3. Giuseppe Ungaretti, poeta italiano, La Pietá, 1928.
4 .Papa Francisco, Louvado seja, 2015, 91.
5. Papa Francisco, Louvado seja, 2015, 219.
6. Papa Francisco, Homilia na Missa do ‘Domingo da Misericórdia’, 19 de abril de 2020.
7. Cf. Giovanni Cucci, Civiltà Cattolica, Caderno 4076 pág. 114-125 Ano 2020 Vol. II.
8. A proatividade nos livra do vitimismo. A pessoa proativa antecipa os problemas e procura as soluções, cumpre as su-as obrigações, tem bom conhecimento de si mesma, e sabe administrar bem seu tempo para cuidar de si e ajudar aos outros. Ao contrário, a pessoa reativa (não proativa) espera as coisas acontecer, vê o problema, não procura as soluções e ainda coloca a culpa nos outros, fazendo-se de vítima.
9. Todos nós sabemos da tragédia que está vivendo a Itália com a pandemia. Agora o que está preocupando é o núme-ro de suicídios de pessoas que perderem ou ficaram prejudicadas no que tinham de mais importantes: familiares, emprego, negócios, firmas etc.
10. Cf. S. C. Kobasa - S. R. Maddi - S. Kahn, Hardness and health, em Journal of Personality and Social Psychology 42 (1982) 168-177.
11. A. Oliverio Ferraris, Resilienti. La forza è con loro, em Psicologia contemporanea, n. 180, nov-dic 2003, 3.
12. Cf. Alerto Oliverio Ferraris, La forza d’animo. Cos’è e come possiamo insegnarla ai nostri figli, Milano, Bur, 2003, 78-81.
13. F. Furedi, Il nuovo conformismo. Troppa psicologia nella vita quotidiana, Milano, Feltrinelli, 2005, 158.
14. Cf. em G. Cucci, cit.
15. Este é também o convite dirigido a todos pelo Papa Francisco, questionado por um jornal sobre o possível significa-do da emergência neste tempo da pandemia: “Precisamos reencontrar a concretude das pequenas coisas, das pe-quenas atenções a ter para com quem nos rodeia, a família, amigos. Entender que nas pequenas coisas há o nosso tesouro. Há gestos mínimos, que às vezes se perdem no anonimato da vida cotidiana, gestos de ternura, afeto, compaixão, que, no entanto, são decisivos, importantes. Por exemplo, um prato quente, uma carícia, um abraço, um telefonema... Esses são gestos familiares de atenção aos detalhes de todos os dias que dão sentido à vida e que criam comunhão e comunicação entre nós” (P. Rodari, «Coronavirus, Papa Francesco: “Non sprecate questi giorni difficili”», in la Repubblica, 18 marzo 2020).
16. Victor Emanuel Frankl, Um Sentido para a Vida - Psicoterapia e Humanismo, Editora Ideias&Letras, 2005.
17. Victor Emanuel Frankl, Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração, Petrópolis, Vozes, 1991.
18. Louvado seja, 222.
19. Fr. Raniero Cantalamessa, Homilia na Celebração da Paixão presidida pela Papa Francisco, Sexta-feira Santa, 10 de abril de 2020.