Belo Horizonte, 12 de outubro de 2017

Festa de Nossa Senhora Aparecida
300 anos da Aparição

Queridos irmãos,
O mês de outubro é marcado pela fé e alegria, motivado pelas festas de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, e do nosso santo pai fundador, Paulo da Cruz.

Maria, que há trezentos anos apareceu nas redes dos três benditos pescadores no Rio Paraíba do Sul/SP como sinal vindo do céu, nos diz em sua cor, que para o Pai não existem escravos, apenas filhos muito amados (Oração do Jubileu). O Ano de 1717, ano da aparição de Nossa Senhora Aparecida, é o ano em que Paulo da Cruz, retornado à família após a ‘iluminação espiritual’ que teve em Crema (1716), se dedica com maior empenho a conhecer a vontade de Deus. Eis como ocorreu esta iluminação:

“Neste tempo eu pensava em vestir um pobre hábito preto ‘d’arbagio’ (= grosso), que é a lã mais comum que se encontra nestas cidades, e descalço, viver com altíssima pobreza, com a graça do Senhor fazer vida penitente... Mas, como não podia seguir a santa inspiração pela necessária assistência à casa, isto é, a meu pai, a minha mãe e aos meus irmãos, eu mantive a supracitada vocação sempre coberta no meu coração… Eu não sabia o que Deus queria de mim e por isso não pensava em outras coisas, só tinha cuidado de me apressar nas minha tarefas domésticas para me retirar em oração”.[1]

A festa litúrgica de São Paulo da Cruz é sempre motivo de alegria porque estamos celebrando o nosso pai e fundador, sobre quem temos a oportunidade de refletir sobre sua vida e ensinamento e sabemos que quase todas as paróquias confiadas pastoralmente a nós, têm uma comunidade que leva o nome dele.

No dia 4 e 5 deste mês estive em Colatina - ES e visitei a comunidade ‘São Paulo da Cruz’ numa região que já pertenceu à nossa Paróquia. Embora não tenha igreja de concreto, mas somente um espaço coberto para celebrar, sala de catequese e outros cômodos, a alegria que percebi na coordenadora é grande! Tudo isso manifesta a atualidade da mensagem de Paulo da Cruz, do carisma e da espiritualidade passionista. Paulo da Cruz nos reuniu como companheiros para vivermos em comum e anunciarmos o Evangelho de Cristo aos homens”,[2] a partir de nossa experiência pessoal da Memoria Passionis. Nesta perspectiva, quero oferecer uma reflexão sobre o carisma

‘MEMORIA PASSIONIS’: CARISMA E VOTO.
“Nossa participação na Paixão de Cristo, ao mesmo tempo pessoal, comunitária e apostólica, é expressa com voto especial. Por esse voto, nos obrigamos a promover a memória da Paixão de Cristo [3] por palavras e obras, para aumentar, assim, a consciência de seu significado e valor para cada homem e para a vida do mundo. Por este vínculo, nossa Congregação toma seu lugar na Igreja e se consagra plenamente à sua missão”.[4]

‘Promover a memória da Paixão de Jesus’ é algo que poucas Congregações têm: um carisma tão claro, tão bem definido e fundamentado, tão central da vida cristã como o dos Passionistas. Assim, a partir da centralidade que a Paixão de Jesus tem na vida cristã, é que podemos entender as palavras do papa Bento XIV quando aprovou as Regras: “Esta Congregação da Paixão de Jesus Cristo devia ser a primeira a ser instituída...”.[5] Sabemos que o Papa não teria aprovada a Congregação “se não tivesse tido este título”, a Paixão de Jesus, que “estava quase extinta no cristianismo”.[6] Portanto, ele aprovou a Congregação unicamente para que, “por meio dela, os fiéis aprendam e vivam o maior mistério da salvação”[7] , e nisto consiste o dito de Paulo da Cruz: “A nossa Congregação é bem fundada e estabelecida até o fim do mundo”.[8]

Clareza e teimosia de Paulo.
Do nosso Fundador, o que sempre me impressionou, foi a clareza sobre a Congregação e seu carisma[9], o que resumo em três pontos:
- “na Paixão de Jesus está tudo”,[10]
- “a Congregação é um presente de Deus à Igreja”,[11]
- “eu sou simplesmente um instrumento nas mãos de Deus”.[12]

O carisma da nova Congregação era da vontade de Deus e ele estava somente obedecendo a Deus; eis porque nunca desistiu, mesmo diante de tantas dificuldades e contrariedades: “Deixemos fazer a Deus; seja feita a vontade de Deus; seja abençoado em eterno o Senhor; eu não quero nem mais nem menos o que Deus quer e Ele gosta”.[13] Certo dia, Paulo da Cruz teve uma ‘visão intelectual’ - não uma ‘iluminação’ ou ‘alucinação visiva’ que pode ser enganosa, pois é fruto de uma emoção ou conflito interior -: viu um imenso fogo que iluminava e esquentava o mundo inteiro. Este fogo era a ‘Memória Passionis’. É esta clareza e convicção que explica a ‘teimosia’ que leva Paulo a fazer o voto de ‘pregar a Paixão de Jesus’, próprio após uma decepção que teria levado qualquer pessoa a desistir e abandonar tudo.

Em setembro de 1721, de Civitavecchia,14 Paulo parte em uma viagem de vários dias para Roma.[15] Aí encontra hospitalidade em Trinità dei Pellegrini, [16] uma casa de apoio para peregrinos. Na manhã seguinte, após intensas orações, decide apresentar-se ao papa, que naqueles meses residia na residência de verão do Quirinale. [17] Ao chegar, dirige-se a um mestre de câmara do papa e pede-lhe com uma ingenuidade surpreendente, que lhe seja concedido falar com o papa. O funcionário, vendo aquele indivíduo assim tão andrajoso, considera-o um vagabundo e o despacha sumariamente, sem sequer o querer ouvir: «Sabeis quantos bandidos vêm aqui todos os dias? Ide, ide embora...».[18] Paulo, de cabeça baixa e triste, sai e senta-se perto de uma fonte para comer o pão que lhe tinha sobrado da tarde anterior.[19]

Quanta ingenuidade havia no jovem Paulo! Apesar de tudo, a experiência foi-lhe útil. Ele aprendeu a não ficar se culpabilizando ou fazendo raciocínios inúteis, mas sim entender que o encontro com o papa, naquela altura, não era vontade de Deus. Assim, dirigiu-se para a basílica de Santa Maria Maior, [20] e diante da imagem de Nossa Senhora,[21] chamada Salus populi romani (Saúde do povo romano),[22] enquanto passava pela experiência de total pobreza e frustração, recebeu a graça que mais caracterizará sua vida e sua Congregação ao fazer um voto especial: o de se dedicar a "promover no coração dos fiéis a devoção à Paixão de Jesus e de fazer o possível para reunir companheiros e conseguir idêntico efeito".[23]

Até àquele momento, o ponto central da espiritualidade de Paulo era da atitude negativa de pobreza e desapego do mundo, chegando a chamar os membros da Congregação à qual estava a dar início, com o título de 'Pobres de Jesus'. Aprofundando esta espiritualidade do desapego e da pobreza naquele momento de grande humilhação, Paulo descobriu um elemento positivo que será sempre mais o centro da sua atenção: a Paixão de Jesus.

Com esta graça, Paulo recebeu uma força ainda maior do que a anterior. Invés de desanimar ou de se fechar em si mesmo, ele embarca - talvez no dia 26 ou 27 de Setembro - para Civitavecchia. Sentindo-se atraído para o monte que tinha admirado na viagem de ida para Roma, continua até Porto Ercole, aos pés do Monte Argentário,[24] pedindo ao pároco, padre António Serra, alguma possibilidade de se retirar naquele monte. Este lhe fala de um eremitério abandonado, chamado Eremitério da Anunciada. Assim, Paulo dá-lhe uma vista de olhos e fica encantado, decidindo imediatamente ir falar com o bispo, que por sua vez, não tem nenhuma dificuldade em lhe conceder autorização para tomar conta do eremitério.[25]

O carisma: Memoria Passionis (Paixão de Jesus).
Paulo conseguiu descobrir para si e para a sua Congregação a centralidade da Memoria Passionis através de uma pessoal experiência de Paixão, e deste modo, a intuição de «reunir companheiros» teria como finalidade a interiorização desta Paixão. O voto específico da Paixão não apareceu no primitivo texto das Regras de 1720 e nem constava ainda no texto entregue a Dom Cavalieri, em 1724, mas só apareceu pela primeira vez no texto das Regras em 1730, quando entregue ao cardeal Altieri.[26], junto ao ‘emblema’ (coração passionista) que enriqueceu a referência à ‘Paixão’, e ao símbolo dos ‘cravos’ [27]. O voto de Paulo estava destinado a incutir nos fiéis a devoção à Paixão, mas é claro que isto supunha também uma pessoal contemplação e o aprofundamento do mistério a anunciar. De fato, toda a espiritualidade de Paulo gravita à volta do tema da Paixão e por isso, a Memoria Passionis desenvolve-se com a participação pessoal na Paixão, em linha com os temas centrais da mística renana?, e a participação nesta que, se introduz no mistério profundo de Deus, no qual o mesmo Deus - o Deus da revelação cristã - revela-se como marcado pela cruz.[28]

Ainda nesta perspectiva da memoria passionis, Pe. A. Lippi escreveu: “podemos ligar o pensamento de Paulo sobre a participação na Paixão com um lúcido testemunho de Bonhoeffer:[29] ‘Quando se renunciou completamente a fazer qualquer coisa de nós próprios - um santo, um pecador arrependido, um homem de igreja (a chamada figura sacerdotal), um justo ou um injusto, um doente ou um são - a este chamo eu um ser de aquém (do lado de cá), isto é, que vive na plenitude dos compromissos, dos problemas, dos êxitos ou dos fracassos, das experiências, das perplexidades -, então atira-se completamente para os braços de Deus, não toma mais a sério os próprios sofrimentos, mas os sofrimentos de Deus, então vigia com Cristo no Getsémani e, penso eu, esta é fé, esta é metanoia, e assim se fazem homens e se tornam cristãos (cf. Jeremias 45). Porque nos haveríamos de orgulhar dos êxitos ou perder a cabeça por causa dos fracassos, quando, no aquém da vida, participamos nos sofrimentos de Deus?’ ”. [30]

Gianni Baget-Bozzo, comentando a primeira edição da biografia de São Paulo da Cruz do Pe. Lippi, [31] escreveu: “A cruz não é o sofrimento do Homem-Jesus, é a relação de Deus com a criação. A cruz é a revelação do amor, que é a essência divina, que dimana do Pai e ao Pai regressa no círculo trinitário, no qual o homem é chamado a viver a vida eterna… Toda a criação é vista como a efusão do Amor divino no nada e, portanto, como dor divina... A Paixão de Jesus é, para Paulo da Cruz, a maior e mais maravilhosa obra do amor divino".[32]

‘Fazer memória’ da Paixão de Jesus.
Fazer memória da Paixão de Jesus Cristo é o elemento constitutivo da Congregação e a razão da nossa existência na Igreja. É o mandato que Deus deu a nós e à Família passionista com a vocação. ‘Memória’ é para nós fazer do Mistério Pascal o centro da nossa vida, dedicando-nos com amor “ao seguimento de Cristo Crucificado e nos preparando para anunciar, com espírito de fé e caridade, sua Paixão e Morte, não apenas como um fato histórico do passado, mas sim como realidade presente na vida dos homens, especialmente nos ‘crucificados’ de hoje pela injustiça, pela falta de sentido profundo da existência humana, pela fome de paz, de verdade e vida”.[33]

Toda a história da salvação leva-nos a fazer memória 34 das obras de Deus em benefício do povo eleito até a plenitude em Jesus Cristo. Assim, ‘fazer memória’ é essencial para a fé cristã, na qual a Eucaristia se faz memorial da morte e ressurreição do Senhor. E para nós passionistas, ‘fazer memória’ é viver o carisma de Paulo da Cruz, que fundou a Congregação para fazer contínua memória da Paixão do Senhor e ensinar aos fiéis a ‘fazer memória’, especialmente através da meditação.

O que é ‘fazer memória’?
Fazer memória:
- não é simplesmente vestir o hábito com o emblema da Paixão, pois este é um sinal externo;
- não é viver no convento, pois também isso é um sinal externo que nos ajuda a viver a ‘memória’;
- não é viver uma vida austera e de penitência de forma moderada e equilibrada, uma vez que a penitência e a austeridade podem ser modos de participação à paixão de Jesus e de solidariedade com o povo sofrido;
- não é só ler e meditar as narrações da Paixão nos Evangelhos, visto que isso é uma ajuda para ‘fazer memória’;
- também não é deixar-se levar apenas pelo emocional, pois isto mexe apenas com os sentimentos.

Fazer memória é um exercício que envolve toda nossa pessoa e orienta nossas escolhas de vida, levando-nos para a missão e dando um significado pleno e gratificante à nossa vida. Em uma palavra, nos une ao mistério da paixão redentora de Jesus.

Fazer memória é ir até o centro do nosso coração, não tanto para lembrar os acontecimentos da Paixão, mas para entrar no ‘mistério do amor da Paixão de Jesus’. Desta forma, é um entrar com o olho do nosso coração no coração de Jesus que vive sua Paixão. Fazer memória é um exercício interior, e São Paulo da Cruz (e os demais santos e santas passionistas) entendiam isso claramente quando estava em oração. Ele fixava o olhar interior no coração de Jesus e dizia para si mesmo algumas expressões de fé e adoração, como, por exemplo: “um Deus flagelado por mim! um Deus crucificado por mim!...”. Então entrava em oração contemplativa e, conversando com Jesus, exclamava: “Jesus, como estava seu coração durante a flagelação?”, “como estava seu coração durante a coroação de espinhos?”.

Por fim, o resultado do exercício de ‘fazer memória’ é uma vida transformada, uma resposta de vida ao amor de Jesus, completamente colocada ao serviço da salvação dos irmãos e das irmãs e totalmente orientada a buscar e fazer a vontade de Deus. O exercício da Memoria Passionis leva para uma vida plenamente teológica, vivida na fé, na esperança e na caridade. ‘Fazer memória’ é o centro do carisma passionista. [35] É o nosso lugar específico na Igreja e na sociedade.

A paixão de Jesus: remédio eficaz.
Para curar os males de seu tempo, Paulo da Cruz apresentou a Cruz de Jesus. Essa intuição do nosso Fundador, ainda hoje tem toda sua força, ou será que o Crucificado é um remédio ‘vencido’ e ineficaz para os males de hoje? Nós, passionistas, devemos continuar a apresentar esse ‘remédio’ para sociedade de hoje, pois nosso carisma tem uma força insubstituível para curar este nosso mundo de corrupção e de violência.

Quando eu penso, por exemplo, no que aconteceu em Janaúba (MG) no dia cinco de outubro passado, quando um homem ateou fogo numa creche; quando penso nos adolescentes e jovens que matam com tanta atrocidade para roubar e quando penso nos assaltantes que não respeitam mais nem as crianças, então eu me convenço sempre mais que o ‘doente’ não é a pessoa. É a nossa ‘cultura’ que está doente e também cria ‘doentes’. Vemos no caso das escolas públicas, se há livros que apresentam exemplos de vida de entrega, doação, de respeito da vida, como uma vez tínhamos? A vida é apresentada como ‘sagrada’, como dom de Deus? Onde não se semeia amor, espalha-se o ódio e a violência!

Eles querem tirar o Crucifixo das escolas para colocar o que? Cristo Crucificado não é apenas um ‘símbolo’ cristão, Ele é exemplo de amor, de doação até à morte, de perdão; é o rosto da misericórdia de Deus Pai que ama a vida. E o que estão colocando no lugar desse ‘símbolo’? Estão colocando a pornografia apresentada como ‘arte’: vejam a ‘Exposição Queermuseu’ promovida pelo Banco Santander em agosto passado e a exposição destes dias de Pedro Moraleida no Palácio das Artes em Belo Horizonte. [36] O que pode produzir afinal uma cultura poluída e ‘doente’ de pornografia? Produz o que estamos vendo todos os dias: violência sexual, estupro, pedofilia.

Há quem motive a retirada da Cruz nas escolas pelo fato de ali se encontrar um ‘homem’ pregado na cruz com chagas e sangue , alegando que tal imagem possa perturbar os sentimentos das crianças. Mas será que elas ficam perturbadas quando escutam que uma professora, como a Helley Abreu Batista, morreu queimada na tragédia de Janaúba/MG para salvar tantas crianças? Ou para elas a professora é uma ‘heroína’ e um exemplo? Cristo morreu na cruz porque cada um de nós é sagrado ao coração de Deus. E se hoje a vida está tão banalizada é porque não estamos levando mais o nosso olhar para o ‘autor’ da vida, Jesus Crucificado.

Nossa vocação passionista é levantar a Cruz de Jesus com coragem, e pregar a mensagem de amor e perdão como fazia nosso fundador. Assim, é importante aconselhar as crianças, os jovens e adultos a olharem por dois minutos Jesus na cruz e rezar a jaculatória: “Jesus eu te agradeço por ter morrido na cruz por meu amor”. E, após um momento de contemplação, dizer: “O que vou fazer hoje para agradecer a Jesus?”. Esses poucos momentos, segundo o pensamento e a experiência de São Paulo da Cruz, podem mudar a vida de muitas pessoas.

O passionista: exegese vivente do Evangelho da Paixão.
Santo Agostinho, em suas profundas reflexões, nos diz que a ‘memória é o presente do passado’, não é a repetição do passado, mas seu presente. Nesse sentido, ‘fazer memória’ significa ‘ser memória’ no hoje. Ser uma exegese vivente da Paixão é a resposta mais bonita ao chamado para sermos ‘companheiros’ de Paulo da Cruz. Neste sentido, o apóstolo Paulo explica como ser ‘exegese vivente: “Haja em vós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus” (Fl 2,5); “Com Cristo, eu fui pregado na cruz. Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim” (Gl 2,19-20).

Como em Paulo da Cruz, a Memoria Passionis constituiu o ‘princípio fundante’ e o ‘centro unificador’ de sua vida e apostolado, assim deve ser para um passionista. Ela deve estar fixa no coração e se tornar uma nossa atitude firme e permanente. É a nossa vida que torna visível o carisma, não o trabalho pastoral ou as nossas obras sociais e educacionais. Santo Inácio de Antioquia já dizia: “Rejeitai, pois, o mau fermento, velho e azedo, e mudai-vos com a força do novo fermento, que é Jesus Cristo. Salgai-vos nele para que nenhum de vós se corrompa, porque pelo cheiro seríeis descobertos”.[37] É pelo ‘cheiro’ da Paixão de Jesus Cristo que nós seremos ‘descobertos’ como passionistas.

Belo Horizonte, 12 de outubro de 2017

Pe.Giovanni Cipriani
Superior Provincial

 

1. L IV, p. 217 sg. (P. ENRICO ZOFFOLI C.P., S. Paolo della Croce, Storia critica, vol. I, pp. 137)
2. Constituições, 1
3. Cf. L. IV, 220-221; Regra 1720; RetC pp. 56-57ss; pp. 86-87.
4. Constituições, 6.
5. P. GIUSEPPE GIACINTO, OP 438v (Cfr.: P. ENRICO ZOFFOLI C.P., S. Paolo della Croce, Storia critica, vol. III, p.1939).
6. C. PETRI, OP 329v-330 (Cfr.: P. ENRICO ZOFFOLI C.P., S. Paolo della Croce, Storia critica, vol. III, p. 1940).
7. Bula Supremi apostolatus, § 3.
8. L III, p. 833, ad A. M. Calcagnini, dic. 1770.
9. “Qualquer crítico do nosso tempo poderá julgar que Paulo estava persuadido de estar a realizar um desígnio concreto de Deus, como fruto de uma ingenuidade e entusiasmo místico-juvenil. Seja como for, duas coisas são certas: uma, que Paulo tinha esta clara consciência, e outra, que a vivia com grande equilíbrio interior, diversamente de quanto sucede com os idealistas” (ADOLFO LIPPI, São Paulo da Cruz. Evangelizador e místico. Mestre de santidade para hoje, Edições Passionistas, Santa Maria da Feira, Portugal, 2015, p. 61).
10. L I, p. 558, a T. Fossi, 23 sett. 1747 (Cfr.: P. ENRICO ZOFFOLI C.P., S. Paolo della Croce, Storia critica, vol. III, p. 1940).
11. G. Giacinto, OP 439 (Cfr.: P. ENRICO ZOFFOLI C.P., S. Paolo della Croce, Storia critica, vol. III, p. 1940).
12. “Quanto mais confio no meu Senhor crucificado, tanto mais estou convencido de que tudo se conseguirá. Deus deu-me a inspiração e o sinal seguro de que é Ele que o quer. De que hei de ter medo? Parece-me que pecaria de infidelidade se disso duvidasse” (L I, 22, a Dom Gattinara, 11 de março de 1721).
13. S .PAOLO DELLA CROCE, Processi IV, p. 33
14. Cerca de 70 km a norte de Roma, onde passava (e passa ainda hoje) a importante estrada romana ‘Via Aurelia’.
15. Cfr.: P. ENRICO ZOFFOLI C.P., S. Paolo della Croce, Storia critica, vol. I, pp. 232-239.
16. Fica perto da ponte ‘Ponte Sisto’, entre Via del Conservatorio e Via dei Pettinari.
17. Hoje residência do Presidente da República italiana.
18. A distancia entre Trinità dei Pellegrini e o Quirinale é de cerca 2,5 km. Naquele tempo, Roma tinha cerca de 140 mil habitantes, as estradas eram de chão, lama e poeira em todos os cantos. Nessa realidade, podemos imaginar em que condições Paulo chegou ao Quirinale!
19. PBC, I, pp. 45-46 (G. Cioni)
20. Distante do Quirinale cerca de 1,5 km.
21. Podemos dizer que é Nossa Senhora que orienta Paulo nas decisões mais importantes. Quando, jovem, estava pensando em entrar numa Ordem religiosa existente, Nossa Senhora aparece-lhe vestida de preto com o ‘emblema’ da paixão no peito, e com uma graça indescritivelmente materna, diz-lhe: “Filho, você vê como estou vestida de luto? Isto é para a dolorosa Paixão do meu amado Filho Jesus. Assim você tem que se vestir e tem que fundar uma Congregação na qual se veste com este hábito, onde se faça continuo luto pela paixão e morte do meu querido Filho” (R.CALABRESI, POR 1999v).
22. O que parece ocasional tem um significado teológico profundo. Diante da imagem de Nossa Senhora da ‘Saúde’, Paulo faz o voto de apresentar a Paixão de Jesus como ‘remédio’ eficaz para curar os males da sociedade!
23. Storia della Congregazione della Passione di Gesù Cristo, vol. I: L’epoca del Fondatore, Stauròs, Pescara 1981, pp. 97-98.
24. Cerca de 160 km a norte de Roma.
25. ADOLFO LIPPI, São Paulo da Cruz. Evangelizador e místico. Mestre de santidade para hoje, Edições Passionistas, Santa Maria da Feira, Portugal, 2015, pp. 68-70.
26. Cfr.: F. GIORGINI, Promuovere la grata memoria e il culto della Passione di Gesù, Passionisti, Roma 1980, pp. 24-26.
27. Storia della Congregazione della Passione di Gesù Cristo, vol. I: L’epoca del Fondatore, Stauròs, Pescara 1981.
28. Cfr.: ADOLFO LIPPI, São Paulo da Cruz. Evangelizador e místico. Mestre de santidade para hoje, Edições Passionistas, Santa Maria da Feira, Portugal, 2015, pp. 341-343.
29. D. Bonhoeffer, Resistenza e resa. Lettere e scritti dal carcere, Paulinas, Cinisello B. 1988, p. 446.
30. Cfr.: ADOLFO LIPPI, São Paulo da Cruz. Evangelizador e místico. Mestre de santidade para hoje, Edições Passionistas, Santa Maria da Feira, Portugal, 2015, pp. 342-343.
31. Cfr.: ADOLFO LIPPI, Paolo della Croce. Evangelizzatore e mistico. Maestro di santità per oggi.
32. Cfr também: G. Baget Bozzo, Il Padre al centro della Passione, em Il Sole-24 ore, 2 de Janeiro de 1994, p. 30.
33. Constituições, 65.
34. Cfr. Gaudium et Spes, 24,1-13)
35. Pe. Floriano De Fabiis, Leggiamo insieme gli Statuti (Reflexão para as Monjas passionistas), 2017.
36. Na história da Arte nós temos cenas de ‘nu’ que não têm nada a ver com o que é apresentado nessas exposições. Basta ver a bela ‘Venere nuda’ (Venus nua) de Boticelli e Tiziano.
37. Santo Inácio de Antioquia, Carta aos Magnésios, Nn.10,1-15: Funk 1,199-202.