Belo Horizonte, 10 de abril de 2019

“AMOR DOLOROSO” E “DOR AMOROSA”

 

1. “A Paixão de Jesus é um mar de amor e um mar de dor”

cc38-1.JPGO nosso fundador, São Paulo da Cruz, profundo místico e contemplativo do Cristo crucificado, num tempo, o século 18, em que era enfatizado sobretudo o sofrimento e a dor de Jesus na cruz, teve uma profunda intuição: “A Paixão de Jesus é um mar de amor e um mar de dor”.

Os pregadores de sua época, destacando o ‘mar de dor’, enfatizavam mais o sofrimento e a dor. Havia quase a exaltação do sofrimento. Nesse pensamento teológico, a dor e o sofrimento eram ‘dom’ de Deus. Por isso, a única maneira para seguir Jesus era procurar-se dor e sofrimento através de penitencias corporais até mesmo sangrentas.

Paulo da Cruz, sem perder o lado da dor, destaca principalmente o amor que leva Jesus a morrer na cruz, até dizer que “A Paixão de Jesus é a obra mais estupenda do amor de Deus para conosco”. Do mar de amor do Pai, dizia Paulo antecipando a hodierna teologia da Cruz, flui o mar de dor de Jesus; do mar da Divina Caridade, flui o mar da Paixão de Jesus. São dois mares em um só.

Na experiência mística pode-se ter uma percepção desta vida íntima da Trindade por meio do que Paulo chama “um amor doloroso e uma dor amorosa”, uma experiência que contém, no fundo, uma profundíssima alegria. [1]

cc38-2.JPGA expressão mais bela e sintética dessa doutrina de Paulo, encontra-se numa carta escrita à monja Gandolfi, mas também contida em muitas outras cartas escritas para leigos/as. “O amor é uma virtude unitiva e faz próprios os sofrimentos do Amado Bem. Se você se sentir toda invadida, por dentro e por fora, pelas dores do Esposo, faça festa; mas, posso dizer-lhe que esta festa é feita na fornalha do Divino Amor, porque o fogo que penetra até a medula dos ossos, transforma o amante no amado, e misturando-se totalmente o amor com a dor, a dor com o amor, faz-se um misto amoroso e doloroso, mas tão unido que não se distingue nem o amor da dor, nem a dor do amor, tanto que a alma amante se alegra em sua dor e faz festa em seu doloroso amor. Acredito que você vai entender minha loucura" [2]

Às vezes, nós passionistas somos apontados como aqueles que, falando de Paixão, exaltam a dor e o sofrimento. Quase como se fôssemos masoquistas. Paulo da Cruz, na sua profunda intuição no livra desse prejulgamento. Jesus na Cruz nos mostra o amor infinito do Pai. E o amor verdadeiro é sempre sacrifício, doação.

Como aquele pai que, à noite, voltando do trabalho cansado e soado, encontra sua criança, feliz, abraça-a com carinho, esquecendo o cansaço. E a criança percebe que o cansaço do pai tem sua motivação no carinho porá com ela. Podemos dizer que é um ‘carinho doloroso’ e uma ‘dor carinhosa’.

2. Paulo se identifica com o Crucificado e com os crucificados

cc38-3.JPGNa semana santa do ano 1768, no Retiro de Santo Ângelo de Vetralla (VT), Paolo da Cruz quis fazer a adoração de 24 horas em frente ao chamado ‘sepulcro’. [3] Nessa intensa adoração, o Senhor lhe imprime fisicamente no coração os instrumentos da Paixão: trata-se de uma estigmatização particular “com um misto de excessivo amor e de excessiva dor”. Logo após essa experiência, sempre no Retiro de Santo Ângelo, Paulo é abraçado pelo Crucifixo. Esse abraço fixa, ao longo dos séculos, a imagem mais verdadeira de São Paulo da Cruz.

cc38-4.JPGA identificação do amor esponsal com o Crucificado é a mais alta forma de amizade com Deus e com os/as irmãos/ãs. Com ela a pessoa, imbuída e compenetrada pelos dons e pelos frutos do Espírito Santo, se percebe como a caminho na participação de amor e de dor de Cristo e de seu Corpo místico, e entre este, dos mais infelizes e necessitados de salvação. [4]

3. Nossa participação à Paixão de Jesus e à paixão dos crucificados

Nós passionistas somos chamados, por vocação e carisma, a participar do sofrimento do nosso povo. “Conscientes de que a Paixão de Cristo continua no mundo até Ele voltar em sua Glória, compartilhamos das alegrias e ansiedades da humanidade a caminho para o Pai. Desejamos participar das tribulações dos homens, especialmente dos pobres e abandonados, confortando-os e aliviando-lhes os sofrimentos” (Const. 3).

Somos chamados a seguir o exemplo de Jesus que “assumiu as nossas dores e carregou as nossas enfermidades” (Mt 8,17). Jesus não removeu da condição humana a dor, mas a viveu, a enlaçou ao amor e, em virtude disso, a visão da dor mudou para sempre. Ele nos revelou que o Pai nos faz companhia e cuida de nós sobretudo no sofrimento, na dor, na doença e na morte.

Jesus nos salva não removendo o sofrimento, mas transformando-o de um lugar sem Deus em lugar onde Deus está presente. Ele não nos salva do sofrimento, mas no sofrimento. Ele não tira a dor da nossa vida, mas nos mostra o caminho para transformá-la em amor.

Não podemos voltar as costas ao sofrimento do nosso povo. Uma sociedade que esquece a dor do outro se torna monstruosa, desumana. A dor nos une, cria laços. Podemos ver isso todas as vezes que acontece uma tragédia, como no caso do rompimento da barragem de Brumadinho – MG, no mês de janeiro deste ano.

A dor não é um absoluto negativo que aprisiona a mente em um vórtice sem esperança, mas uma ‘professora’ que nos ensina a valorizar todos os aspectos da vida, colocando tudo no lugar certo.

A dor pode ser uma ferramenta para viver a vida plenamente; ela pode até nos revelar a alegria que está escondida na vida cotidiana. [5]

“O sofrimento deixa de ser sofrimento quando ganha sentido”. [6] A “lição mais importante que o homem pode aprender em sua vida não é que no mundo não haja dor, mas que depende de nós tirar proveito dela, transformá-la em alegria”. [7]

4. A ‘proximidade’ na dor

Penso que não seja necessário dar uma definição da dor, pois, dor e sofrimento, são condições humanas que todos nós experimentamos. Todos nós sabemos o que somos, quando somos atingidos pela dor!

Às vezes, experimentamos uma dor que está dentro de nós, localizada em um órgão do nosso corpo; outra vez experimentos uma dor que não sabemos onde dói; outra vez, vivemos uma dor que está fora de nós. 

4.1. A dor física

A dor física é a dor do corpo, dos órgãos. Ela é localizada numa parte específica do nosso corpo. A sensibilidade e a resposta à dor física são subjetivas: a mesma cirurgia, no mesmo órgão do corpo é percebida de uma maneira diferente e tem uma resposta diferente nas pessoas. Isso depende dos ‘receptores’ da sensibilidade de cada um e também da própria história pessoal. [8] Há pessoas que toleram a dor numa escala muito maior que as outras.

A dor física é necessária para a sobrevivência, é um ‘mecanismo de defesa’, uma alerta; ela nos avisa que há um perigo pela saúde e pela vida. Não sentir dor não é um ‘privilegio’ é uma patologia [9]. Imaginemos o que seria para uma pessoa ter uma infecção e não sentir dor! ou queimar o braço no fogão e não perceber a dor!

4.2. Dor ‘existencial’

Há, também, uma dor que não sabemos localizá-la num órgão, como acontece quando somos atingidos por uma dor aguda. A medicina antiga chamava essa dor, ‘dor sine materia’ (sem matéria), porque não era possível colocá-la num órgão do corpo. Ela não é a dor de uma parte do organismo, é dor da ‘pessoa toda inteira’, a ‘dor do eu’; é uma ‘dor existencial’, [10] do nosso existir no mundo. É uma dor que tem a ver com nossa história; uma história de feridas físicas, morais, espirituais e relacionais. Ela modifica totalmente nossa percepção do mundo, de nós mesmos, dos outros; parece-nos que nada tem mais sentido; tira a alegria de viver. Pensemos no luto! Diante da perda de um ente querido, somos tomados por uma dor que, mesmo que não esteja num órgão, tira nossas forças, enfraquece nossa vontade e nosso desejo de continuar a viver.

A ‘dor existencial’ nos acompanha em todas as fases de nossa vida, e, segundo as circunstâncias, assume o rosto da solidão, do abandono, da culpa, dos limites, da depressão, da morte. A encontramos em cada faixa etária, na criança, no adulto, no idoso. Às vezes de forma mascarada.

Aquela criança que não se sente amada, que se sente abandonada, carente, ela vive uma ‘dor existencial’. Uma dor que, às vezes, ela a expressa com uma máscara particular, que nós adultos chamamos de ‘capricho’, de ‘rebeldia’, de ‘querer chamar a atenção’ etc.

A ‘dor existencial’ do adolescente está ligada sobretudo à metamorfose (em todos os sentidos, biológico, fisiológico, psicológico, social etc.) de sua idade. Uma metamorfose que cria nele insegurança, dificuldade de relacionamento, frustração, diante da qual, às vezes, o adolescente procura reagir com ‘mecanismos de defesa’, que podem levar até a formas delinquenciais. De fato, algumas formas de destrutividade dos adolescentes são uma ‘máscara’ da ‘dor existencial’.

Diante de um suicídio de um jovem ou adulto, às vezes, exclamemos: “Uma morte sem porquê! Sem motivo! Vivia uma vida normal...”. Mas, se analisamos bem, vemos que, atrás daquela vida ‘normal’, aquele jovem vivia uma ‘dor existencial’ que não tinha saída, o melhor, a única saída que ele via era ‘sair do existir’.

A ‘dor existencial’ do idoso que se sente abandonado, que sente que não conta mais nada na família, na sociedade, na comunidade religiosa! Ele fica sempre calado. É a dor que se torna silêncio. Pensemos no silêncio do idoso, porque aquele silêncio pode ser a linguagem de uma ‘dor existencial’.

A depressão é a forma mais humana de ‘dor existencial’. A pessoa com depressão se sente ‘incapaz’ de fazer o que sempre fez e se sente em culpa por não poder fazer mais o que sempre fez. Ela chega a um ponto em que o mundo lhe parece todo negativo. Ela se sente inútil e se culpa por ser inútil. É uma dor tão forte que o único desejo que a pessoa deprimida ainda pode expressar é abandonar o mundo, um abandono que pode levar até ao suicídio.

Para entender a ‘dor existencial’ dos outros, devemos meditar sobre as diversas formas de nossa ‘dor existencial’. Ela está ligada ao nosso ‘existir’ como pessoas; nossa existência é uma ‘existência em relação’, e a relação pode ocasionar feridas profundas na autoestima e na afetividade.

Ter presente isso, nos ajuda no nosso trabalho pastoral, pois, se a medicina é chamada a curar a dor de um órgão, nós somos chamados a ‘curar o homem inteiro’, a ‘dor existencial’. [11] E Jesus nos ensina que o único remédio para curar essa dor é a ‘proximidade’.

4.3. Dor espelhada

Há uma dor de uma parte do organismo, e uma dor da ‘pessoa inteira’. Mas eu sinto em mim também uma dor que está fora de mim, ela está no outro. É a ‘dor do outro’. Aquela dor que se reflete em mim quando vejo meu irmão sofrer. Podemos dizer que é a ‘função espelho’ da dor. O luto, a doença são exemplos clássicos desse tipo de dor. No luto, na doença de uma pessoa querida, eu sento sua dor ‘dentro de mim’. É uma dor que não me pertence, mas que se reflete em mim.

Em um grupo, ela passa de um para o outro, e se torna a dor da comunidade, da família, da sociedade. [12] Perceber a dor do outro é profundamente humano e manifesta nosso grau de humanidade.

Jesus revela sua humanidade sobretudo diante do sofrimento do povo (Mt 8,17). Os evangelistas relatam várias vezes essa ‘função a espelho’ da dor em Jesus:

“Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes” (Mt 14,14).

“Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão por elas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9,36).

“Um leproso aproximou-se de Jesus... Jesus encheu-se de compaixão, e estendendo a mão sobre ele, o tocou, dizendo: ...fica purificado” (Mc 1,40-41, 43).

“Jesus foi a uma cidade chamada Naim... coincidiu que levavam um morto para enterrar, um filho único, cuja mãe era viúva... Ao vê-la, o Senhor encheu-se de compaixão” (Lc 7,11-14).

O ‘bom samaritano’ é uma pessoa profundamente humana, porque sente em si a dor do homem que “caiu nas mãos de assaltantes”: ele “chegou perto dele, viu, e moveu-se de compaixão. Aproximou-se dele e tratou-lhe as feridas” (Lc 10,33-34).

Ai de nós se perdermos o receptor (a sensibilidade) para sentir a dor dos irmãos de comunidade, do povo que atendemos. Seria desumano. [13] Nos tornaríamos robôs.

Temos um exemplo claro no Evangelho: “Por acaso, um sacerdote estava passando por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado” (Lc 10,31-32). 

4.4. Dor inevitável

A dor não pode ser exaltada, ela deve ser combatida. Nem Jesus quis a dor (Mt 26,39), aliás, Ele veio para eliminar todas as formas de sofrimento e de dor.

Mas há uma dor que é inevitável. É a dor ligada à fragilidade humana. Ela está dentro da condição humana. Se até um Homem, que é Deus, veio a sofrer, isso significa que a dor é uma conotação da existência humana. Pensemos na dor da morte, no mistério da morte! Um mistério que nos torna pessoas mais humanas.

É uma dor inevitável que podemos valorizá-la, unindo-a à Paixão-Ressurreição de Cristo. Jesus não garante uma vida sem dor, mas nos promete que não estaremos sozinhos no sofrimento, e que a experiência de dor e sofrimento é capaz de nos tornar mais sensíveis e nos leva a repensar nossa vida e nossa confiança em Deus.

A dor, acaba de ser dor quando se torna esperança. O desafio, então, é dar sentido ao sofrimento, não nos perguntando: ‘Porque a dor?’; mas: ‘Para quê esse sofrimento?’, ‘Onde essa dor pode me levar?’.

4.5. Ser ‘bom terapeuta’

O nosso povo vive num ‘mar de amor’, pois tem a certeza que Deus não o abandona; mas vive também em um ‘mar de dor’, a causa do desemprego, da violência, da falta de recursos pela saúde e educação etc.

E nós passionistas, contempladores da força transformadora do amor do Crucificado, somos chamados a “compartilhar das alegrias e ansiedades da humanidade... participar das tribulações dos homens e mulheres” do nosso tempo (Const. 3).

Essa é presença terapêutica: curar a ‘pessoa toda inteira’, como fazia Jesus, que curava a pessoa de todo tipo de sofrimento, espiritual, físico e psíquico. Ele sentia em si o sofrimento do povo, ‘aproximava-se’ dele, e sua presença se tornava uma ‘cura’, pois Ele infundia nos corações esperança e amor.

Papa Francisco convida-nos continuamente para sair e ir para as ‘periferias existenciais’; sair do nosso comodismo, do nosso egoísmo e individualismo para sentir em nós o sofrimento do povo.

Isso é um convite que devemos ter sempre presente em nossas comunidades religiosas e no trabalho pastoral. As pessoas contam suas histórias de dores quando encontram confiança e respeito. E quando a confiança é criada, percebemos que somos uma presença terapeuta. É belíssima essa relação terapêutica! É belíssimo encontrar uma pessoa que confia em nós e nos conta sua vida, sua história. E na narração, se cria uma intersubjetividade que nos enriquece, porque há sempre um ‘dar’ e um ‘receber’. Damos muito, mas recebemos muito mais. É o momento em que sentimos e vivemos a alegria de nossa ‘paternidade espiritual’.

4.6. Ser ‘bom cuidador’ dos irmãos de comunidade

O nosso querido Pe. Hermógenes, falecido em 08 de março passado, a quem queremos agradecer pelo belo exemplo de missionário passionista e de relacionamento humano, no último tempo de sua vida tinha os ‘cuidadores’, com quem ele tinha criado uma relação de confiança. Ele se sentia bem com eles.

Nas nossas comunidades não temos somente irmãos que sofrem no corpo. Temos irmãos que vivem numa situação de ‘dor existencial’. Aliás, todos nós passamos por momentos de ‘dor existencial’, ligada à nossa história, uma história de feridas humanas, espirituais, psicológicas, relacionais. E, às vezes, acontece que não encontramos pessoas de confiança na comunidade para contar nossa história!

‘Cuidar’ é se aproximar do irmão que sofre (Lc 10,33), não esperar que o irmão nos procure. E o irmão abre seu coração quando percebe em nós respeito pela sua história, pela sua dor, pela sua fragilidade. Quando percebe amor e carinho. Na língua italiana ‘cuidar’ se traduz em ‘prendersi cura’; é a tradução do grego m¡lw, que literalmente significa ‘você está no meu coração’.

Feliz Páscoa! Aleluia!

Sabemos que o mistério da Encarnação, juntamente com o mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Redentor, constitui o centro da espiritualidade de São Paulo da Cruz.
Em 21 de abril de 1720, do Santuário de ‘Santa Maria della Catena’ em Gaeta (LT), ele escreve à senhora Martinez Nicolina Pecorini:

“Seja sempre abençoado e louvado o nosso grande Deus, quem tem o prazer de nos fazer chegar no dia muito solene da sua mais gloriosa Ressurreição! Cantemos, portanto, Aleluia, que significa laudato Dominum, ‘louvado seja o Senhor’.

‘Aleluia’, não é uma voz que foi inventada na terra, ele é um hino do Paraíso, que para cantá-lo apropriadamente precisa despojar-se do homem velho e vestir-se do homem novo, que é Jesus Cristo, quero dizer, ser adornado com as virtudes santas de Jesus..., a quem cantamos sempre Aleluia”

A todos o meu abraço fraterno com o ‘Aleluia’ pascal.

Pe. Giovanni Cipriani
Superior provincial

 

1. ADOLFO LIPPI, La spiritualità della Croce proposta da Paolo ai Laici, em SAN PAOLO DELLA CROCE, Lettere di formazione e direzione spirituale ai laici, a cura di Max Anselmi, passionista, Volume I, Tomo I, p. 107-108.
2. Cf. Lettera a Sr. Colomba Geltrude Gandolfi, del 10 luglio1743, in: Lettere di S. Paolo della Croce, a cura di Amedeo Casetti, vol. II, Roma 1924, p. 440.
3. Na liturgia pré-conciliar, era o altar da reposição do Santíssimo Sacramento após a celebração da Missa da ‘Ceia do Senhor’ na quinta-feira santa. A adoração continuava até às 15h da sexta-feira santa, com a celebração da ‘Paixão do Senhor’.
4. Cf. Max Anselmi, La Spiritualità della Passione alla luce di san Paolo della Croce, pp. 87-88.
5. Vittorino Andreoli, Capire il dolore. Perché la sofferenza lasci spazio alla gioia, BUR Rizzoli, 2007.
6. V. Frankl, 1905-1997), em AA.VV., O livro da Psicologia, Blobo livros, 20136, 140.
7. R. Tagore, 1861 - 1941.
8. Cfr.: FERNANDO GONZÁLES REY, Subjetividade e saúde, Cortez Editora, São Paulo, 2011. Agradeço ao Pe. Célio Amaro de Souza pela indicação do livro.
9. Isso pode acontecer por uma ‘mutação genética’, que é muita rara. A pessoa que não sente dor não é uma pessoa saudável.
10. Jesus experimenta essa dor: Ele chegou com os discípulos “a um lugar chamado Getsêmani... e começou a ficar triste e angustiado. Então lhes disse: «Sinto uma tristeza mortal! Ficai aqui e vigiai comigo!». Ele foi um pouco mais adiante, caiu com o rosto por terra e orou: «Meu pai, se possível, afaste de mim este cálice» (Mt 26,36-39).
11. Em 1955 Jean Piaget (1896-1980), um psicólogo que se dedicou muito ao desenvolvimento infantil, numa época em que se discutia se as ciências humanas (psicologia, psicanálise, psiquiatria) eram uma ciência como a medicina ou não, ele teve uma grande intuição e disse: “Claro que elas são uma ciência, elas são as ciências de l'homme (ciências do homem), do homem inteiro, não de um órgão (como a cardiologia, a hepatologia etc.), e elas se distinguem das ciências do particulière (ciências do particular), como a medicina (Cfr.: JEAN PIAGET, Épistémologie des sciences de l’homme).
12. O oposto da dor existencial é a alegria, que é o sentimento da ‘pessoa inteira’. A alegria é como a dor existencial, se reflete, se transmite, é algo que diz respeito ao ‘nós’, à comunidade. Enquanto, ao contrário, a felicidade é o sentimento do ‘eu’, que não cria comunhão, mas favorece o individualismo.
13. “Ninguém se torna completamente humano sem sentir dor” (Rollo May, 1090-1994), em AA.VV., O livro da Psicologia, Blobo livros, 20136, 141.